Apoio ao Financiamento Colaborativo

Ação Social
Apoio ao Financiamento Colaborativo Social.

Princípios.

A ASDS tem interesse em promover as formas inovadoras de implementação dos princípios mutualistas, tais como o financiamento colaborativo, nomeadamente em benefício de cidadãos com menos oportunidades.

Constatando que o “crowdfunding” se tornou um instrumento de democratização da iniciativa cidadã, a ASDS deseja contribuir para aumentar as hipóteses de sucesso de campanhas de angariação para projetos relevantes, nomeadamente na área social.

Para o efeito, a ASDS firmou um protocolo de cooperação com a PPL, plataforma digital de financiamento colaborativo, de notoriedade solidamente estabelecida em Portugal.

A PPL norteia-se pelos valores da colaboração e do espírito de equipa, da ética e do sentido de responsabilidade, do respeito pelos indivíduos e pelo bem comum, do empreendedorismo e inovação, da flexibilidade técnica, psicológica e estratégica.

Existe, assim, uma clara convergência entre as orientações de ambas as entidades, em prol de uma sociedade mais inovadora e colaborativa, da igualdade de oportunidades entre os cidadãos, do respeito pela diferença, fundamentando a cooperação e o desenvolvimento de sinergias entre ambas.

Objetivo.

O apoio financeiro consentido pela ASDS é um contributo para facilitar o desfecho positivo de uma campanha de angariação de fundos para projetos considerados relevantes.

Modalidades.

O apoio da ASDS é condicional. Só fica adquirido ao promotor da campanha se a quantia concedida for necessária ao cumprimento da meta de angariação.

O apoio da ASDS é parcial, não podendo exceder 15% do valor da campanha.

O apoio da ASDS só é concedido após acordo escrito firmado com o promotor da campanha.

Primeira Campanha apoiada

Edição do Livro “Aprender é para Todos” de Francisco e Sérgio Vicente

Prefácio

O livro “Aprender é para Todos – Simplesmente Ferramentas Cognitivas”, de Sérgio e Francisco Vicente, constitui um valioso contributo para a abordagem objetiva, organizada e prática, da problemática da deficiência cognitiva.

Embora o texto deixe transparecer todo o amor e empenho dos progenitores para com o filho, trata-se de um relato em forma de manual, que poderá servir de referência e fonte de informação para outras famílias confrontadas com o mesmo tipo de desafio.

Como pode um estudante portador de trissomia 21, aceder a um curso universitário, satisfazer as necessidades de frequência e aprendizagem, corresponder com êxito aos critérios de avaliação, sem perda de exigência na aquisição do conhecimento e na certificação da qualificação?

Antes de mais, adotando uma postura racional e construtiva relativamente à própria noção de deficiência. A deficiência não é uma doença suscetível de tratamento. A pessoa deficiente não tem cura. Carece, sim, de ferramentas supletivas da deficiência, seja esta física ou mental.

O problema por resolver não é a pessoa, mas, sim, a deficiência.

Quando a pessoa tem motivação própria, o desafio consiste na adaptação do contexto que a rodeia, em função de uma análise minuciosa das carências a suprir.

Esta análise não permite aproximações: tudo deve ser questionado, dissecado, avaliado.

Os princípios do método científico e filosófico de Descartes, os quais são expressamente referidos, encontram neste desafio todo o seu valor: a decomposição de cada dificuldade em tantas partes quantas sejam necessárias para a sua solução, a dúvida sistemática e a evidência, a síntese e a composição, e, por fim, a enumeração e a verificação.

Assim organizar-se-á um percurso coadjuvante dos processos de pensamento de um aluno com memória e linguagem expressiva limitadas, que se orienta mais por imagens e menos por conceitos, que se rege pelo concreto e não pelo abstrato.

Nada seria mais errado do que conceber este caminho como uma intervenção externa, complementando as lacunas de um aluno passivo.

Pelo contrário, nada pode ser feito sem o pressuposto fundamental da motivação intrínseca do aluno. Esta chama deve ser evocada, reavivada, alimentada em permanência. O aluno deve ser ajudado a encontrar formas de cooperação com os outros, no seu próprio interesse, e em função de objetivos dos quais tenha plena consciência.

A revolução dos computadores, dos programas, das bases de dados e da internet criou um ambiente novo para o desenvolvimento de ferramentas cognitivas. Mas este contexto técnico facilitador deve ser aproveitado para ajudar à autonomização do aluno. O aluno deve tornar-se capaz de criar as suas próprias ferramentas cognitivas. O verdadeiro conhecimento é construído e incorporado pelo próprio aluno, a partir dos materiais transmitidos pelo professor e pelos cuidadores.

Assim, “inclusão” significa antes de tudo “capacitação”, para estabelecer as fundações de uma relação de obrigação mútua, de espírito contratual, entre o aluno e quem o rodeia.

O presente livro oferece um abundante material prático, bem como bibliografia científica, para alimentar estratégias de inclusão de cidadãos com deficiências cognitivas.

Devemos estar reconhecidos a Sérgio e Francisco Vicente pela atitude de partilha social e pela transparência demonstradas. Só assim poderemos desenvolver uma nova postura coletiva relativamente à problemática da deficiência, mais colaborativa, mais corajosa, mais ambiciosa.

Lisboa, Abril de 2022

Boris Marcq, Presidente da Direção ASDS